domingo, novembro 09, 2008

A Festa por Wellington Pimentel

Durante o meu terceiro colegial eu e mais três amigos, Marcio (meu primo), Ronaldo (meu tio) e o Giovani (Amigo) saíamos todas as sextas e sábados para beber e paquerar a mulherada.

Chegamos a fazer algumas festas nas casas de algumas colegas, mas a única que fiz na minha casa ficou na história da turma.

Na minha casa, era muito difícil fazer uma festa, pois minha mãe sempre foi rígida e não gostava de bagunça, mas um dia ela e meu pai resolveram viajar e passar o fim de semana fora. Deixaram para me avisar momentos antes de saírem e deixaram o meu irmão que tinha 11 anos, tudo isso para dificultar o planejamento de qualquer bagunça.

Nesta época eu trabalhava e estudava a noite, estava no terceiro colegial. Ao chegar na escola conversei com o pessoal e logo resolvemos fazer uma festa no sábado a noite, espalhamos para os colegas da nossa sala.

No sábado levei meu irmão para a casa da minha avó e fui para a organização da festa. Fomos comprar o necessário para uma boa festa (120 garrafas de cerveja ”long neck”, alguns litros de vodka e vinho) e fomos para a minha casa.

Chegando em casa, para começar resolvemos desmontar a sala, nesta tinha o sofá a estante aonde minha mãe sempre teve muitos objetos pequenos e decorativos, duas mesinhas e em cima de cada um vaso de planta, pegamos tudo isso, gravamos suas posições, e colocamos tudo dentro de um quarto. Na sala ficou apenas o som, colocamos as cervejas para gelar, preparamos as bebidas para a mulherada “vodga com fanta” e espanhola (vinho, leite condensado. . .) e aguardamos a chagada do colegas da sala.

Próximo do horário combinado a campainha tocou, quem seria o primeiro a chegar? Eu e meu primo fomos atender, quando abrimos a porta para nosso espanto era minha tia, que morava a duas quadras, ela perguntou da minha mãe, eu a informei que ela havia viajado e me arrisquei perguntando se ela queria entrar, por sorte ela disse que não e foi embora.

Deu o horário combinado começou a chegar o pessoal, mas para o nosso espanto começou a chegar muita gente, até pessoas que não conhecíamos, nossos colegas haviam convidado os colegas deles que convidaram outros, nossa, a casa estava cheia, o som no último volume, estava bom demais, o melhor de tudo é que eu morava em cima de uma padaria e não tinha vizinhos próximos.

Como eu disse acima nós havíamos comprado muita bebida, mas nada de comida, então resolvemos comprar pizza na padaria, eu nem sei quantas foram.

Deu certo horário a padaria já estava fechada, as meninas já estavam alegres e dançando, a festa estava muito boa, o pessoal bebia a cerveja e ao invés de jogar as garrafas no lixo, eles estouravam as garrafas de long neck na rua.

Umas cinco horas da manhã o pessoal começou a ir embora, eu e os meus três amigos ainda ficamos com algumas meninas até umas seis horas quando foram embora e a festa acabou.

Cada um de nos caímos em um canto e dormimos até umas dez horas, quando fomos acordados pela campainha, todos assustados, quem seria? Quando fui verificar eram algumas meninas perguntando se teria festa naquela noite novamente, ufa que susto. Convidei-as para ajudarem na limpeza, e é claro que elas saíram correndo.

Bom já que havíamos levantados, ainda meio embriagados, pegamos uma cerveja cada um e fomos para a limpeza. O trabalho era grande, na cozinha o chão estava forrado de massa de pizza, para se ter uma idéia, tivemos que utilizar espátula para retirar a crosta de pizza do chão. Meu tio pegou uma mangueira e começou a tacar água no chão da sala que era de taco (madeira), ainda bem que vimos a tempo de ele molhar toda a sala. Depois de algumas horas limpando toda aquela bagunça montamos a sala, tentando colocar todos os objetos em seu devido lugar, pois minha mãe era bastante detalhista e perceberia qualquer mudança em seus objetos. Por fim ficou tudo arrumado e tudo em seu lugar. Todos foram embora e eu fui buscar meu irmão.

No final da tarde quando minha mãe chegou, ao entrar na sala ela percebeu o nosso único erro, invertemos os vasos de planta que ficavam em cima das mesinhas na sala. Ela não comentou nada apenas falou para o meu pai que algo havia ocorrido. Passado algumas semanas o dono da padaria brincando com o meu pai comentou sobre a festa de arromba que ocorrera e quando seria a próxima, ai nos falamos de todos os detalhe que ocorreram e até hoje quando lembro desta história para minha mãe ela me diz “ Você terá filhos . . . ”.